segunda-feira, 25 de maio de 2009

Autismo

O Miguel entrou na sala pela mão da mãe; na outra mão trazia um carrinho. Ao aproximarmos dele, emite um grito e esconde-se atrás da mãe. Quando lhe falamos, não responde; os seus olhos passam por nós para depois continuarem pela sala. Não gosta que estranhos lhe toquem ou mexam na sua mochila (vai demorar algumas semanas para nos entregar aquilo que segura). É uma criança bonita, de cabelos negros, lisos e ligeiramente comprido. Tem um diagnóstico de Autismo.

O Autismo é classificado pelos Manuais de Diagnóstico de Doenças Mentais (DSM-IV e ICD-10) como uma perturbação global do desenvolvimento infantil. Manifesta-se cedo (em bebé) e prolonga-se para a idade adulta. Esta perturbação manifesta-se em três áreas: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.

Social:  a criança tende a isolar-se e não mostrando interesse pelos outros; pode interagir de forma estranha, evitando o contacto ocular; pode não ter iniciativa ou não responder à iniciativa dos outros. A criança não compreende a expressão facial do outro, não percebe as pistas sociais (olhar, expressão zanga, …). Ausência de empatia.

Linguagem e Comunicação: apresenta dificuldades em comunicar, em construir frases ou organizar o pensamento; pode fazer ecolália (repete os mesmos sons) ou repetir frases construídas mas fora de contexto («papaguear»); dificuldade em iniciar ou manter uma conversa;

Pensamento e do Comportamento: fraca imaginação, dificuldades em brincar; não gosta que alterem as rotinas, pode apresentar preferência por um objecto em particular ou por alguns movimentos repetitivos (sacudir as mãos, balancear-se, …).

As razões para a origem desta perturbação não estão ainda esclarecidas; coloca-se várias hipóteses, tais como a possibilidade de existirem factores hereditários ou anomalias cerebrais, mas a verdade é que podem surgir em qualquer família, classe social, educação ou país.

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